quarta-feira, 26 de setembro de 2012

miau

É realmente uma felicidade e uma pena, na mesma medida, que os textos mais apaixonados que eu já produzi tenham sidos todos verbais.
Todos ditos no calor do momento, onde a lerdeza natural do digitar não estava presente para me permitir filtrar os erros.
Na velocidade que só o instinto animal acompanha, recitei as melhores declarações de amor, desprovidas de escrúpulos, sentido e respeito próprio.
Vocês iriam gostar de conhecer a escritora que sou quando escrevo em voz alta, após uma noite intensa de amor ou de ódio.
Então hoje venho aqui só para que fique claro: das muitas autoras que existem em mim, apenas a mais civilizada, analisada e contida delas tem capacidade de postar no blog. 
As outras, infelizmente, rugem, choram, gritam, histéricas... e esquecem de contar para a posteridade como se auto violam diariamente, por amor.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

I see dead people

... todos os dias.
se acorda antes de qualquer um.
houvessem galos, antes de ser possível ouvi-los cantar.
não se abre a janela.
não se toma banho, apenas se troca a roupa.
troca? a tantos anos são as mesmas...
come-se a mesma ração todos o dias.
e se descansa um pouco mais.
até o dia terminar.
na tv notícias ruins que alimentam a cólera de uma vida.... durante todas as 12 horas que se mantém fora do quarto.
matou. matou. matou. morreu
talvez sejam as almas querendo encontrar o caminho de suas companheiras.

terminou?

todos os motivos do mundo.
um por dia.
até terminar.

sobre quem não deveria ser. mas ainda é

é de pequenas concessões que o desamor é feito.
diz que eu sou linda mas vive olhando pro lado.
se arrepende mas não pede desculpas.
sente saudade mas não diz.
quer que eu vá mas não me chama.
tá na cara e não assume.
diz que quer mas não faz por onde.
diz que ama e não faz tudo o que pode.


disse tanto "deixa pra lá" que lá ficou.

picadinho

não tenho nojo de nada.
gostos. texturas. suor. nuances.
nada.
me entrego e me misturo a você.
ninguém reclama do próprio corpo.
meu corpo é teu.
teu corpo é eu.
defeitos. cicatrizes. coisas quase estragadas.
tudo incluso.
tudo faz parte até que termina.
no recolher de corpos, leva-se também a vida.
isso é meu, isso é seu.
toma!
...
mas e as fotos? os gemidos, as memórias. são de quem?
e o aprendizado? o que eu te disse, as idéias que dividimos. são de quem?
...
mesmo quando fui sua eu era completamente minha.
não use o que ficou de mim em você.
não abuse, não abuse...
não recolha o que sobrou. foi o caminho.
deixa como está.
como foi que você chegou?
por favor não use os mesmos papos, o mesmo sorriso, a mesma piada.
isso tudo ainda é meu.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

o inferno é aqui


não sei desde quando...
perdi esse momento em que a menininha deficiente virou uma bruxinha manipuladora.
mas o fato é que, para as pessoas, não existe mais a menininha deficiente.
a única que ainda lembra dela, sou eu.
talvez por saudade.
todo o resto já se refere a uma adulta descompensada e eu fico insistindo nesse papo de criança com problemas.
hoje ao menos a culpa é minha.
não interprete isso como evolução.
é apenas egocentrismo. tão infantil...
e talvez um certo apego ao ambiente que mais conheço.
depressão. tão infantil...
toda a culpa tem que ser minha.
toda a culpa do universo necessariamente passa por mim.
não importam as intenções.
só sei que é muito agradável aqui dentro da minha cabeça.
nem me fale.

domingo, 16 de setembro de 2012

das coisas que perdi em algum momento no meio do caminho

tava passando por lá mesmo resolvi ficar.
tava passando na tv mesmo resolvi acompanhar.
...
quando dei por mim não chorava mais.
quando dei por mim já estava distraída, esquecida dos problemas.
quando dei por mim, sorria, torcia e interagia.
...
das coisas que perdi em algum momento no meio do caminho essa era com certeza a mais prosaica,  despretensiosa, alegre e genuína.
das coisas que perdi e não me dava conta essa fazia a maior falta e eu não dizia.
das coisas que eu tinha essa era uma das que mais me enriquecia: sorriso compartilhado, aflições compartilhadas, momentos de companheirismo, irmandade.
das coisas que eu quero resgatar essa é a mais fácil e foi a primeira que veio.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

mais um: aniversário

Aos 22 sou do tipo que já se acostumou com a infelicidade e considera egoísmo todo sorriso fora de hora.

                                                                             ...
Aos 22 sou do tipo que deixa a melancolia em casa todos os dias e rouba motivos pra sorrir de quem não faz a menor idéia da angústia que existe aqui.





quarta-feira, 26 de setembro de 2012

miau

É realmente uma felicidade e uma pena, na mesma medida, que os textos mais apaixonados que eu já produzi tenham sidos todos verbais.
Todos ditos no calor do momento, onde a lerdeza natural do digitar não estava presente para me permitir filtrar os erros.
Na velocidade que só o instinto animal acompanha, recitei as melhores declarações de amor, desprovidas de escrúpulos, sentido e respeito próprio.
Vocês iriam gostar de conhecer a escritora que sou quando escrevo em voz alta, após uma noite intensa de amor ou de ódio.
Então hoje venho aqui só para que fique claro: das muitas autoras que existem em mim, apenas a mais civilizada, analisada e contida delas tem capacidade de postar no blog. 
As outras, infelizmente, rugem, choram, gritam, histéricas... e esquecem de contar para a posteridade como se auto violam diariamente, por amor.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

I see dead people

... todos os dias.
se acorda antes de qualquer um.
houvessem galos, antes de ser possível ouvi-los cantar.
não se abre a janela.
não se toma banho, apenas se troca a roupa.
troca? a tantos anos são as mesmas...
come-se a mesma ração todos o dias.
e se descansa um pouco mais.
até o dia terminar.
na tv notícias ruins que alimentam a cólera de uma vida.... durante todas as 12 horas que se mantém fora do quarto.
matou. matou. matou. morreu
talvez sejam as almas querendo encontrar o caminho de suas companheiras.

terminou?

todos os motivos do mundo.
um por dia.
até terminar.

sobre quem não deveria ser. mas ainda é

é de pequenas concessões que o desamor é feito.
diz que eu sou linda mas vive olhando pro lado.
se arrepende mas não pede desculpas.
sente saudade mas não diz.
quer que eu vá mas não me chama.
tá na cara e não assume.
diz que quer mas não faz por onde.
diz que ama e não faz tudo o que pode.


disse tanto "deixa pra lá" que lá ficou.

picadinho

não tenho nojo de nada.
gostos. texturas. suor. nuances.
nada.
me entrego e me misturo a você.
ninguém reclama do próprio corpo.
meu corpo é teu.
teu corpo é eu.
defeitos. cicatrizes. coisas quase estragadas.
tudo incluso.
tudo faz parte até que termina.
no recolher de corpos, leva-se também a vida.
isso é meu, isso é seu.
toma!
...
mas e as fotos? os gemidos, as memórias. são de quem?
e o aprendizado? o que eu te disse, as idéias que dividimos. são de quem?
...
mesmo quando fui sua eu era completamente minha.
não use o que ficou de mim em você.
não abuse, não abuse...
não recolha o que sobrou. foi o caminho.
deixa como está.
como foi que você chegou?
por favor não use os mesmos papos, o mesmo sorriso, a mesma piada.
isso tudo ainda é meu.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

o inferno é aqui


não sei desde quando...
perdi esse momento em que a menininha deficiente virou uma bruxinha manipuladora.
mas o fato é que, para as pessoas, não existe mais a menininha deficiente.
a única que ainda lembra dela, sou eu.
talvez por saudade.
todo o resto já se refere a uma adulta descompensada e eu fico insistindo nesse papo de criança com problemas.
hoje ao menos a culpa é minha.
não interprete isso como evolução.
é apenas egocentrismo. tão infantil...
e talvez um certo apego ao ambiente que mais conheço.
depressão. tão infantil...
toda a culpa tem que ser minha.
toda a culpa do universo necessariamente passa por mim.
não importam as intenções.
só sei que é muito agradável aqui dentro da minha cabeça.
nem me fale.

domingo, 16 de setembro de 2012

das coisas que perdi em algum momento no meio do caminho

tava passando por lá mesmo resolvi ficar.
tava passando na tv mesmo resolvi acompanhar.
...
quando dei por mim não chorava mais.
quando dei por mim já estava distraída, esquecida dos problemas.
quando dei por mim, sorria, torcia e interagia.
...
das coisas que perdi em algum momento no meio do caminho essa era com certeza a mais prosaica,  despretensiosa, alegre e genuína.
das coisas que perdi e não me dava conta essa fazia a maior falta e eu não dizia.
das coisas que eu tinha essa era uma das que mais me enriquecia: sorriso compartilhado, aflições compartilhadas, momentos de companheirismo, irmandade.
das coisas que eu quero resgatar essa é a mais fácil e foi a primeira que veio.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

mais um: aniversário

Aos 22 sou do tipo que já se acostumou com a infelicidade e considera egoísmo todo sorriso fora de hora.

                                                                             ...
Aos 22 sou do tipo que deixa a melancolia em casa todos os dias e rouba motivos pra sorrir de quem não faz a menor idéia da angústia que existe aqui.