terça-feira, 22 de setembro de 2009

sobre minhas limitações (ou sobre o que eu aprendi nesses 19 anos)

ou ainda... um post de aniversário

não sei a tabuada; não sei mexer no computador; não sei disfarçar; não sei dar estrelinha; não sei fazer feijão; não sei costurar; não sei tocar violão; não sei diferenciar coca cola de pepsi; não sei o que eu quero; não sei a regrinha dos “porque”; não sei ajeitar minha franja; não sei…

não consigo beber demais; não consigo não me importar; não consigo me concentrar; não consigo segurar arroto; não consigo segurar meu irmão no colo; não consigo ficar muito tempo brigada com quem eu gosto; não consigo terminar o que eu começo; não consigo prender xixi; não consigo ficar calada; não consigo acordar cedo. não consigo…

não entendo as músicas do Djavan; não entendo gente maliciosa; não entendo a vontade de Deus; não entendo tutoriais nem nenhum tipo de manual de instruções; não entendo meu pai; não entendo física, química nem matemática. não entendo…

não tenho um corpo sensacional; não tenho namorado; não tenho certeza; não tenho paciência; não tenho facebook; não tenho carro; não tenho filhos; não tenho emprego; não tenho cabelo loiro; não tenho inimigos; não tenho um programa de tv; não tenho gordura localizada; não tenho…

não gosto de filé à parmegiana; não gosto de rock pesado; não gosto de gente egoísta; não gosto de extremos; não gosto do Faustão; não gosto de mesa redonda de futebol; não gosto de injustiça; não gosto de perfume doce; não gosto de unhas curtas; não gosto de cera fria; não gosto de gente imitona; não gosto de ser pressionada; não gosto de sentir saudades; não gosto…
… mas eu JURO que eu sou legal!

sobre ter amigos

Quando tudo está uma droga, quando sua auto estima está lá em baixo, seu bom humor parece que não voltará nunca mais e você está prestes a se atirar dentro de um poço… Surgem os amigos!
Criaturas mágicas que às vezes nem são tão parecidos com você. Que você conheceu no colégio ou através de outros amigos e acabam entrando na sua vida pra te encher de alegria, pra te tirar de casa, num sábado a noite, sem destino, sem dinheiro, sem pressa, mas cheios de energia e vontade de viver!
Ninguém pergunta sobre seus dramas, sobre aquele cara que eles sabem que você está apaixonada e está te fazendo sofrer… na verdade, eles parecem nem lembrar disso.
Te puxam pra cima, te fazem rir, aumentam o som do carro e a festa começa.
Daí você nem lembra porque estava triste e percebe com uma clareza incrível que aquele problema nem é tão sem solução assim e que aquele cara… ah! se ele fosse mesmo inteligente ele estava era contigo!
Tudo isso porque você tem amigos. Que sabem muito bem quando conversar com você, mas que são capazes de te ensinar muito mais, quando não falam nada e simplesmente te tiram de casa pra se aventurar, fazer besteira, beber, dançar e rir muito.
Ontem antes de dormir, liguei pra cada um deles pra saber se tinham chegado bem e fui deitar agradecendo a Deus pela lição (re)aprendida no dia: a vida é muito mais!!

sobre uma noite que eu não vou esquecer

Eu lembro daquele dia. Meu coração disparou quando você disse que vinha pra cá. Corri pro quarto, fui me arrumar. Eu tive a preocupação de não me produzir muito pra que você não notasse, tinha que parecer natural. Pode parecer bobagem, mas eu tinha a impressão de que aquela era uma fase diferente e nós estávamos nos conhecendo de novo, de outra maneira. Acho que não me enganei. Você chegou, estava meio nervoso? Não sei. Ficamos ali, naquele sofá, conversando besteira durante um bom tempo. Até que você escreveu algo em seu celular e me mostrou. Não tinha como não achar graça naquilo. A justificativa de ter que se comunicar sem que meu irmão notasse era boa, mas eu desconfio de que aquela era também, uma boa maneira de expressar o que se tem vergonha de dizer em voz alta.
Decidimos (não sei se fui eu ou você) que se fossemos pra varanda, ficaríamos mais a vontade. Chegamos lá e conversamos. Já não me lembro dos detalhes da conversa, mas o teor dela eu sei bem qual era. E o que eu senti naquele momento também. Eu ainda não tinha me dado conta do que estava prestes a acontecer. Mas uma sensação gostosa de conforto tomava conta de mim. São poucas as pessoas que conseguem isso. Nos deixar a vontade mesmo quando falamos dos nossos desejos mais secretos, daquilo que muitas vezes tentamos calar pra nós mesmos. E naquele momento, eu me sentia a vontade até para ficar em silêncio, pensando ou tomando coragem pra falar. E você também, eu acho. É preciso muita coragem e intimidade pra ficar em silêncio a dois. Nós tínhamos. E depois de um tempo… A conclusão. Que não tinha mais o que esperar, o que esclarecer, o que pensar. Foram várias as tentativas, mas nenhum momento pareceu tão perfeito quanto aquele. Um frio na barriga, uma sensação estranha, mas extremamente gostosa. Como resistir? Mas eu nunca tinha feito aquilo. Não daquele jeito. Risos nervosos. Eu implorava com o olhar e você entendia perfeitamente. Eu nem sei quanto tempo se passou. O tempo estava passando? E decidi. Te dei a mão. Eu precisava acabar com aquilo. Mas você disse “não”. Numa fração de segundos senti como se tivesse sido puxada pra baixo. E uma vontade enorme de morrer. Mas foi uma fração de segundos.
Depois você disse “sou eu quem tem que fazer isso”. E fez. Você me beijou. E o mistério, a curiosidade, o desejo de anos… Estava ali, sendo desvendado. Dando lugar para novos mistérios, curiosidades, desejos. Eu não senti vergonha, não senti desconforto, não senti pressa… depois de tanto tempo, eu podia esperar calmamente essa história se desenrolar.

update: Galerinha eu amo vocês, mas vamo parar de ver putaria em tudo? O texto não é o que vocês estão pensando, grata.

um, dois três e... já!

Encarando a difícil missão de fazer o primeiro post, do meu primeiro blog. Porque a primeira vez é sempre tão dificil? Tem aquela excitação toda de começar e tal, mas dá um medo também. Enfim, já se foram algumas linhas então, tecnicamente, eu já comecei. Vamos tentar dar uma continuidade bacana e perseverar. O objetivo final eu ainda desconheço, mas vai me fazer bem, tenho certeza. Estou numa fase de recomeço da minha vida (os mais próximos devem ter notado mudanças sutis). E espero que o blog me ajude nisso tudo.
Sempre vi o ato de escrever como uma forma de diálogo. E durante muito tempo eu conversei só comigo. Nos temíveis diários de adolescente eu escrevia, lia, apagava, reescrevia, sem a menor cerimônia, num diálogo entre quem eu era quando escrevi e quem eu era quando lia novamente, depois de certo tempo. Parece coisa de quem estuda filosofia (e eu estudo), mas quem escreve vai concordar comigo, que ás vezes aquilo que no momento parece uma obra prima, lá na frente causa um constrangimento enorme mesmo que seja só você mesmo lendo. Por isso, resisti tanto a fazer um blog, tornar esse constrangimento público exige uma coragem que eu, definitivamente, não tinha. Mas hoje, com um pouco menos de vergonha na cara e um tanto mais de maturidade eu tenho. Pois é, agora essa conversa se estende a quem quiser ouvir.
“eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade.”
Clarisse Lispector

Bem vindos!


update: O blog que eu usava antes no wordpress estava me deixando loca. Então eu resolvi migrar pra cá e infelizmente, o nome do blog teve que mudar, aparentemente... não sou só eu que ando "perdendo dentes" por aqui... Enfim, a idéia ainda é a mesma, da música e tal. Espero que as coisas fiquem mais agradáveis aqui no blogspot.
update 2: er... o blog mudou de nome novamente. esquizofrênia, eu curto.
 Um beijo

terça-feira, 22 de setembro de 2009

sobre minhas limitações (ou sobre o que eu aprendi nesses 19 anos)

ou ainda... um post de aniversário

não sei a tabuada; não sei mexer no computador; não sei disfarçar; não sei dar estrelinha; não sei fazer feijão; não sei costurar; não sei tocar violão; não sei diferenciar coca cola de pepsi; não sei o que eu quero; não sei a regrinha dos “porque”; não sei ajeitar minha franja; não sei…

não consigo beber demais; não consigo não me importar; não consigo me concentrar; não consigo segurar arroto; não consigo segurar meu irmão no colo; não consigo ficar muito tempo brigada com quem eu gosto; não consigo terminar o que eu começo; não consigo prender xixi; não consigo ficar calada; não consigo acordar cedo. não consigo…

não entendo as músicas do Djavan; não entendo gente maliciosa; não entendo a vontade de Deus; não entendo tutoriais nem nenhum tipo de manual de instruções; não entendo meu pai; não entendo física, química nem matemática. não entendo…

não tenho um corpo sensacional; não tenho namorado; não tenho certeza; não tenho paciência; não tenho facebook; não tenho carro; não tenho filhos; não tenho emprego; não tenho cabelo loiro; não tenho inimigos; não tenho um programa de tv; não tenho gordura localizada; não tenho…

não gosto de filé à parmegiana; não gosto de rock pesado; não gosto de gente egoísta; não gosto de extremos; não gosto do Faustão; não gosto de mesa redonda de futebol; não gosto de injustiça; não gosto de perfume doce; não gosto de unhas curtas; não gosto de cera fria; não gosto de gente imitona; não gosto de ser pressionada; não gosto de sentir saudades; não gosto…
… mas eu JURO que eu sou legal!

sobre ter amigos

Quando tudo está uma droga, quando sua auto estima está lá em baixo, seu bom humor parece que não voltará nunca mais e você está prestes a se atirar dentro de um poço… Surgem os amigos!
Criaturas mágicas que às vezes nem são tão parecidos com você. Que você conheceu no colégio ou através de outros amigos e acabam entrando na sua vida pra te encher de alegria, pra te tirar de casa, num sábado a noite, sem destino, sem dinheiro, sem pressa, mas cheios de energia e vontade de viver!
Ninguém pergunta sobre seus dramas, sobre aquele cara que eles sabem que você está apaixonada e está te fazendo sofrer… na verdade, eles parecem nem lembrar disso.
Te puxam pra cima, te fazem rir, aumentam o som do carro e a festa começa.
Daí você nem lembra porque estava triste e percebe com uma clareza incrível que aquele problema nem é tão sem solução assim e que aquele cara… ah! se ele fosse mesmo inteligente ele estava era contigo!
Tudo isso porque você tem amigos. Que sabem muito bem quando conversar com você, mas que são capazes de te ensinar muito mais, quando não falam nada e simplesmente te tiram de casa pra se aventurar, fazer besteira, beber, dançar e rir muito.
Ontem antes de dormir, liguei pra cada um deles pra saber se tinham chegado bem e fui deitar agradecendo a Deus pela lição (re)aprendida no dia: a vida é muito mais!!

sobre uma noite que eu não vou esquecer

Eu lembro daquele dia. Meu coração disparou quando você disse que vinha pra cá. Corri pro quarto, fui me arrumar. Eu tive a preocupação de não me produzir muito pra que você não notasse, tinha que parecer natural. Pode parecer bobagem, mas eu tinha a impressão de que aquela era uma fase diferente e nós estávamos nos conhecendo de novo, de outra maneira. Acho que não me enganei. Você chegou, estava meio nervoso? Não sei. Ficamos ali, naquele sofá, conversando besteira durante um bom tempo. Até que você escreveu algo em seu celular e me mostrou. Não tinha como não achar graça naquilo. A justificativa de ter que se comunicar sem que meu irmão notasse era boa, mas eu desconfio de que aquela era também, uma boa maneira de expressar o que se tem vergonha de dizer em voz alta.
Decidimos (não sei se fui eu ou você) que se fossemos pra varanda, ficaríamos mais a vontade. Chegamos lá e conversamos. Já não me lembro dos detalhes da conversa, mas o teor dela eu sei bem qual era. E o que eu senti naquele momento também. Eu ainda não tinha me dado conta do que estava prestes a acontecer. Mas uma sensação gostosa de conforto tomava conta de mim. São poucas as pessoas que conseguem isso. Nos deixar a vontade mesmo quando falamos dos nossos desejos mais secretos, daquilo que muitas vezes tentamos calar pra nós mesmos. E naquele momento, eu me sentia a vontade até para ficar em silêncio, pensando ou tomando coragem pra falar. E você também, eu acho. É preciso muita coragem e intimidade pra ficar em silêncio a dois. Nós tínhamos. E depois de um tempo… A conclusão. Que não tinha mais o que esperar, o que esclarecer, o que pensar. Foram várias as tentativas, mas nenhum momento pareceu tão perfeito quanto aquele. Um frio na barriga, uma sensação estranha, mas extremamente gostosa. Como resistir? Mas eu nunca tinha feito aquilo. Não daquele jeito. Risos nervosos. Eu implorava com o olhar e você entendia perfeitamente. Eu nem sei quanto tempo se passou. O tempo estava passando? E decidi. Te dei a mão. Eu precisava acabar com aquilo. Mas você disse “não”. Numa fração de segundos senti como se tivesse sido puxada pra baixo. E uma vontade enorme de morrer. Mas foi uma fração de segundos.
Depois você disse “sou eu quem tem que fazer isso”. E fez. Você me beijou. E o mistério, a curiosidade, o desejo de anos… Estava ali, sendo desvendado. Dando lugar para novos mistérios, curiosidades, desejos. Eu não senti vergonha, não senti desconforto, não senti pressa… depois de tanto tempo, eu podia esperar calmamente essa história se desenrolar.

update: Galerinha eu amo vocês, mas vamo parar de ver putaria em tudo? O texto não é o que vocês estão pensando, grata.

um, dois três e... já!

Encarando a difícil missão de fazer o primeiro post, do meu primeiro blog. Porque a primeira vez é sempre tão dificil? Tem aquela excitação toda de começar e tal, mas dá um medo também. Enfim, já se foram algumas linhas então, tecnicamente, eu já comecei. Vamos tentar dar uma continuidade bacana e perseverar. O objetivo final eu ainda desconheço, mas vai me fazer bem, tenho certeza. Estou numa fase de recomeço da minha vida (os mais próximos devem ter notado mudanças sutis). E espero que o blog me ajude nisso tudo.
Sempre vi o ato de escrever como uma forma de diálogo. E durante muito tempo eu conversei só comigo. Nos temíveis diários de adolescente eu escrevia, lia, apagava, reescrevia, sem a menor cerimônia, num diálogo entre quem eu era quando escrevi e quem eu era quando lia novamente, depois de certo tempo. Parece coisa de quem estuda filosofia (e eu estudo), mas quem escreve vai concordar comigo, que ás vezes aquilo que no momento parece uma obra prima, lá na frente causa um constrangimento enorme mesmo que seja só você mesmo lendo. Por isso, resisti tanto a fazer um blog, tornar esse constrangimento público exige uma coragem que eu, definitivamente, não tinha. Mas hoje, com um pouco menos de vergonha na cara e um tanto mais de maturidade eu tenho. Pois é, agora essa conversa se estende a quem quiser ouvir.
“eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade.”
Clarisse Lispector

Bem vindos!


update: O blog que eu usava antes no wordpress estava me deixando loca. Então eu resolvi migrar pra cá e infelizmente, o nome do blog teve que mudar, aparentemente... não sou só eu que ando "perdendo dentes" por aqui... Enfim, a idéia ainda é a mesma, da música e tal. Espero que as coisas fiquem mais agradáveis aqui no blogspot.
update 2: er... o blog mudou de nome novamente. esquizofrênia, eu curto.
 Um beijo